Programação

Poesia de Ana Luísa Amaral e Adília Lopes – um serão com Eduardo Sterzi, Odile Kennel e Michael Kegler

Quinta-feira, 18 de setembro de 2025, 19 hrs

“Queria um poema de respiração tensa // e sem pudor.” (Ana Luísa Amaral)

“A poetisa é a mulher-a-dias // arruma o poema // como arruma a casa” (Adília Lopes)

Neste serão vamos ouvir as vozes líricas de duas poetas portuguesas, Ana Luísa Amaral (1956-2022) e Adília Lopes (1960-2024). Além dos poemas haverá uma conversa com os tradutores Odile Kennel e Michael Kegler e o poeta brasileiro Eduardo Sterzi.

A obra completa de Ana Luísa Amaral foi publicada poucos meses antes da sua morte sob o título “O olhar diagonal das coisas”, enquanto Adília Lopes reuniu em 2024 os seus poemas de 1983 a 2023 sob o título “Dobra”, ambas as obras sob a chancela da conceituada editora Assírio&Alvim.

Para além de pertencerem à mesma geração, as poetas partilham uma atitude crítica em relação a uma cultura dominada pelo machismo, assim como a herança das tradições literárias e artísticas e uma abordagem agridoce e quase divertida das coisas do quotidiano.

O serão será introduzido e moderado por Luísa Costa Hölzl.

Ana Luísa Amaral, nascida em Lisboa em 1956, cresceu no Porto, onde viveu e foi professora universitária de literatura inglesa e americana. Além de pioneira nos estudos de género, publicou a partir de 1990 quase 20 volumes de poesia e também livros infantis e foi distinguida com vários prémios. Para além de alguns poemas em revistas, “Was ist ein Name” (Hanser Edition Lyrik Kabinett, 2021) apresenta em alemão, na tradução de Michael Kegler e Piero Salabè, poemas de várias épocas. Ana Luísa Amaral faleceu no Porto em 2022.

Adília Lopes (pseudónimo de Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira) nasceu em Lisboa em 1960 e aí faleceu a 30 de dezembro de 2024. Estudou literatura e linguística portuguesa e francesa na Universidade de Lisboa e estreou-se em 1985 com o seu primeiro volume de poesia, a que se seguiram cerca de 40 outras publicações ao longo da sua vida. “Clube da poetisa morta” foi publicado em 2001 em tradução alemã, além de alguns outros poemas em revistas e online.

Odile Kennel, poeta e tradutora franco-alemã, escreve em alemão e francês e gosta de meter outras línguas na sua escrita. Traduz para alemão poesia contemporânea de francês, português, espanhol e inglês.  Em 2022, foi-lhe atribuído o Prémio Paul Scheerbart pelas suas traduções de poesia. O seu livro de poemas irgendetwas dazwischen (editora Verlagshaus Berlin 2023) recebeu o Prémio Dörlemann da Hotlist of Independent Publishers.

Michael Kegler nasceu em Giessen em 1967 e passou parte da sua infância na Libéria e no Brasil. Trabalhou como livreiro e jornalista e, desde o final da década de 1990, tem vindo a traduzir do português, em suas múltiplas variantes. Em 2014, recebeu o Prémio de Tradução Straelen e em 2016, juntamente com o autor brasileiro Luiz Ruffato, que traduz, o Prémio Hermann Hesse da cidade de Calw.

Eduardo Sterzi, nascido em 1973 em Porto Alegre, Brasil, é poeta, jornalista e professor de teoria literária na Universidade Estadual de Campinas. Entre suas publicações estão obras ensaísticas Por que ler Dante (2008) ou A prova dos nove: alguma poesia moderna e a tarefa da alegria (2008), além de coletâneas de poesia como Aleijão (2009), Cavalo sopa martelo (2011) e Maus poemas (2016).

Luísa Costa Hölzl, nascida em Lisboa em 1956, vive em Munique, onde se dedica à promoção das culturas e literaturas lusófonas. Editora de antologias literárias, publicista e professora de português (Universidade de Munique, Universidade Popular de Munique).

Lugar: Lyrik Kabinett
Amalienstraße 83a
80799 München
Tel.: 089-34 62 99

Entrada franca
Evento em português e alemão

Uma leitura concebida pela Lusofonia e.V.  no âmbito do 16. Congresso de Lusitanistas Alemães, organizado pelo Instituto de Filologia Românica da Universidade de Munique. Com o apoio do pelouro da cultura de Munique.