Lisboa fica no sul da Europa, e foi nesta metrópole onde se convive com viajantes de todo o mundo que surgiu uma música urbana unindo diferentes influências musicais de modo tão perfeito e num estilo novo e próprio – o fado.
Oriundos do sul da Alemanha, Daniela Bauer, Luís Hölzl e André Herteux, formaram o trio Fado Sul que se dedica a esta música fascinante. Interpretam o fado com instrumentos clássicos: as melodias prateadas da guitarra portuguesa de Luís Hölzl enlaçam o soprano baixo e pleno de Daniela Bauer em sempre renovadas voltas. O som suave da guitarra clássica de André Herteux presta a este diálogo íntimo uma base harmónica e rítmica. Juntos caminham pela inteira diversidade emocional do fado. Essa não se restringe à saudade proverbial, antes abrangendo otodo um vasto leque, desde sentidas dores até a exuberantes alegrias.
Todo isto existe
Todo isto é triste
Todo isto é fado
Os três músicos conheceram-se durante a sua formação musical na Universidade de Würzburg. Esta intensa educação clássica tornou possível o acesso individual ao mundo do fado. O fado continua sendo uma música que se transmite basicamente de viva voz o que leva, fora de Portugal, a ser pouco tocado, apesar de reconhecido internacionalmente. Fado Sul tem conseguido um estilo único de interpretação através dum trabalho minucioso de transcrições de gravações de Amália Rodrigues, entre outros. Além disso, Luís Hölzl, com raízes portuguesas, tem vindo a contribuir com a sua experiência junto de famosos fadistas e músicos de fado, como Cristina Branco ou Bernardo Couto.
O repertório de Amália Rodrigues está no foco do programa do Fado Sul. A flexibilidade estilística dos músicos permite a integração de outros fados clássicos, por vezes pondo-os em inesperado contraste com chorinhos brasileiros ou coplas espanholas.