Programação

Céu

Quinta-feira, 24 de julho de 2024, às 20:30 horas

A cantora e compositora Céu é considerada uma das mais importantes e influentes artistas brasileiras de sua geração. Com sua mistura poética de samba, triphop e eletrônica e os álbuns Céu, Tropix e APKÁ, ela abalou todos os estereótipos do Pão de Açúcar e ganhou três Grammys Latinos. Novela é o nome do novo álbum e confirma mais uma vez o destemor musical de Céu, bela, poderosa e sempre focada na diversidade da música brasileira.

Céu se descobriu como compositora durante uma passagem pelo Lower East Side de Nova Iorque. Começou sua carreira em 2005 com sua mistura poética de samba, trip-hop e eletrônica. Ganhou uma nomeação para os Grammy americanos, pouco tempo depois de ter alterado a cena em seu próprio país como líder de uma nova geração de cantoras que escrevem suas próprias canções.

Em 2023, Céu regressou aos EUA, desta vez à Costa Oeste, onde concebeu Novela, seu sexto álbum, lançado em abril de 2024.
Desde o início, a artista paulistana fez turnês internacionais e tocou ao vivo em quatro continentes, incluindo os mais importantes festivais brasileiros, como o Rock in Rio e o Lollapalooza (BRA), além do Montreal Jazz Festival (CH), North Sea Jazz (NL), Coachella (EUA), Roskilde (DK), Jazzopen e Rudolstadt (DE). Seus álbuns valeram-lhe três Grammys Latinos, bem como vários prêmios brasileiros. Em todo mundo, as composições de Céu deram também entrada em filmes, séries de TV e comerciais.  

Entrada: 29€ VVK (sem taxas) / 34 € AK
Aberto à partir das 19:30 horas, início 20:30 horas
Bilhetes

Lugar: Muffatwerk, Ampere
Zellstr. 7
www.muffatwerk.de 

Um evento do Muffatwerk com o apoio da LUSOFONIA e.V.

Vídeo Gerando Na Alta

Um passeio pela literatura brasileira – do Romantismo ao Modernismo

Quarta-feira, 5 de junho de 2024, 18 hrs

Pela segunda vez, o Consulado Geral do Brasil em Munique, a Biblioteca Municipal de Bogenhausen e a Lusofonia e.V. convidam-no para um alegre passeio pela literatura brasileira. Nesta noite serão apresentados textos ensaísticos dedicados a grandes autores e autoras brasileiros, como Gonçalves Dias e Lima Barreto, Clarice Lispector e Hilda Hilst.

Abdallah Harati (violão) e Márcio Schuster (saxofone) acompanharão a noite com música.
O evento, moderado por Luísa Costa Hölzl, vai decorrer em alemão e em português.

Há um ano foi inaugurada auspiciosamente a série “Grandes Autores Brasileiros”, idealizada pelo diplomata e escritor João Almino. Ela faz parte da Coleção Cultura e Diplomacia da Fundação Alexandre de Gusmão FUNAG, em parceria com o Instituto Guimarães Rosa, e reúne reflexões de renomados intelectuais contemporâneos sobre clássicos da literatura brasileira.

Dos 12 ensaios, bilingues (português / alemão) e acessíveis, publicados até ao momento, quatro já foram apresentados. Desta vez começamos com Gonçalves Dias e a sua Canção do Exílio, que lança as bases para a questão da identidade brasileira, e continuamos com Lima Barreto, o escritor “militante e esquecido” (ensaio de Lilia Moritz Schwarcz). Modernismos em transe é dedicado a figuras-chave dessa época, tendo como contra imagem a obra de Graciliano Ramos, um progressista conservador nas palavras de Luiz Ruffato. A apresentação se encerra com quatro autoras do século XX: Rachel de Queiroz, Carolina de Jesus, Clarice Lispector e Hilda Hilst, hoje consolidadas no cânone literário brasileiro graças a uma crítica atenta.

Luísa Costa Hölzl apresenta a série e lê alguns trechos das obras abordadas.

O passeio literário será acompanhado por Abdallah Harati (violão) e Márcio Schuster (saxofone), dois grandes músicos brasileiros baseados em Munique.

Entrada: livre
Inscrição obrigatória até 4 de junho através do Consulado-Geral do Brasil por email para: cultural.munique@itamaraty.gov.br

Lugar:
Stadtbibliothek Bogenhausen
Rosenkavalierplatz 16
81925 München

Um evento do Consulado-Geral do Brasil em Munique, das bibliotecas municipais de Munique e da associação Lusofonia e.V.

Clarice Lispector: “Para isso dou minha vida: crônicas”

Domingo, 16 de junho de 2024, 18 horas

Clarice Lispector, a mais importante escritora brasileira, tem vindo, nos últimos anos, a ser redescoberta mundialmente. É nas crônicas que mais nos aproximamos dela, como escritora e como pessoa. Seja o amor perdido de um motorista de táxi, a verdade amarga escondida pela beleza de uma velha amiga ou sua própria família e infância – Clarice Lispector vai revelando em tudo as contradições e peculiaridades da existência.
O tradutor Luis Ruby apresentará as mais divertidas das suas crônicas, acompanhado de música por Pedro Aguiar no violão clássico e delícias gastronómicas do restaurante La Favela.

Durante toda sua vida Clarice Lispector (1920-1977) escreveu para jornais, inclusive para o Jornal do Brasil, à época principal órgão da imprensa do país. Famosa por seus romances e contos expressivos que revelam os sentimentos mais recônditos do foro íntimo de suas figuras, Clarice escreve sobre seu cotidiano numa crónica semanal, onde transforma experiências e lembranças pessoais em pequenos episódios comoventes e cheios de humor. Aí reflete também sobre a própria escrita e compartilha suas experiências de leitura, além de fazer referências para a arte e música de seu tempo. Dessa forma, a visão muito própria, alegre e lúdica de Lispector sobre a condição humana, deu origem a verdadeiras joias do saber.

Para o volume „Wofür ich mein Leben gebe: Kolumnen 1946-1977“, o tradutor de seus romances e contos, Luis Ruby, selecionou e traduziu as crônicas mais divertidas e sagazes.

Apresentadas por Luis Ruby, lidas por Luis Ruby e Wanda Jakob, acompanhadas à guitarra clássica por Pedro Aguiar e deliciosamente servidas pela equipa do restaurante La Favela no Bahnwärter Thiel, as crônicas prometem um agradável serão de início de verão!

Clarice Lispector nasceu em 1920 de pais judeus na Ucrânia e cresceu no Nordeste brasileiro. Estudou Direito, trabalhou como professora e jornalista e levou uma vida glamorosa e rebelde como esposa de diplomata e, mais tarde, como mãe divorciada. Seu primeiro e aclamado romance Perto do coração selvagem (1944) quebrou todas as regras convencionais da escrita. Lispector morreu no Rio de Janeiro em 1977, com apenas 56 anos.

Luis Ruby, nascido em Munique em 1970, traduz do português, do espanhol e do italiano, como Clarice Lispector ou Niccolò Ammaniti, Isaac Rosa e Hernán Ronsino. O seu trabalho tem sido distinguido, por exemplo com o Prémio de Arte da Baviera ou a Bolsa de Literatura da cidade de Munique.

Pedro Aguiar, nascido em Brasília, em 1990, estudou no Brasil, nos EUA, em França e na Alemanha. De 2013 a 2018, leccionou na Universidade de Música e Teatro de Munique. O seu trabalho tem sido distinguido com vários prémios internacionais, incluindo o prestigiado Concurso de Guitarra de Alhambra. O seu CD de estreia “Brazilian Guitar Music” foi lançado pela Naxos em 2020.

Entrada franca

Local: Palco do restaurante La Favela/Bahnwärter Thiel
Tumblingerstr. 45, 80337 Munique
Metrô: U3/U6 Poccistraße
Autocarro 62, Tumblingerstraße
Aautocarro 132, Lagerhausstraße

Um evento organizado por Lusofonia e.V., com o apoio da Bayern liest e.V. e do restaurante La Favela

 

Dandara Modesto & Edwin Correia: Poético Tropical (concerto)

Quinta-feira, 16 de maio de 2024, 19 horas

Algum tempo se passou desde a última atuação a solo da impactante cantora, performer e produtora musical brasileira Dandara Modesto no Köşk em 2018. Agora ela aí está, de regresso a Munique. E não está sozinha: vem acompanhada pelo guitarrista e compositor franco-brasileiro Edwin Correia.

Este serão será poético, expressivo e tropical!

Dandara Modesto é uma artista brasileira que trabalha em várias disciplinas. A cantora, performer e produtora musical reflete uma música brasileira contemporânea com raízes na tradição dos ritmos afro-brasileiros. Ao longo de sua carreira tem participado em diversos projetos nas áreas de música, dança, teatro, artes visuais e performance, no Brasil e na Europa. Dandara produziu, compôs e dirigiu trilhas sonoras para filmes e performances, incluindo “Movimento III_Celebration, post tsunami foams” (Mario Lopes), “Afrotranstopia” (Mario Lopes, David Muñoz, Mahal Pita), “Neon Bush Girl Society” (Latefa Wirsch, Rhoda Davis).

Gravou o seu álbum de estreia “Dois Tempos de Um Lugar” com Paulo Monarco, lançado em 2016. No seu álbum “Estrangeira” (2022), que gravou na Suíça, Portugal, Galiza e Brasil, canta sobre o corpo feminino em movimento, a migração, o poder de ser diferente e a ancestralidade. Recebeu o Swiss Performance Award pela sua performance “Neon Bush Girl Society”. A peça “Die Schwarzen Brüder”, dirigida por Mbene Mwambene e baseada num romance de Lisa Tetzner, está atualmente em exibição em Basileia, sendo Dandara responsável por composição e pela direção musical. A artista vive em Zurique.

Edwin Correia, guitarrista e compositor franco-brasileiro, apaixonado pelo cruzamento musical, transcende as fronteiras estéticas.
Descobriu o jazz ainda muito jovem e mergulhou na música improvisada e no blues. Suas origens brasileiras lhe deram a oportunidade de mergulhar nas culturas populares de Pernambuco. A composição surgiu naturalmente para ele como uma expressão de seu universo pessoal, tingida de blues, da música tradicional do Nordeste brasileiro e da herança do jazz.  Gravou seu primeiro disco, “Brilhante” (2022), em trio com Matyas Szandai (contrabaixo) e François Christe (bateria). Tocou também com Dandara Modesto, Los Duendes, King Louis Swing, Tinka, 10 seconds to Lift-Off e a cantora La Chica.

Mais sobre Edwin Correia: http://edwincorreia.com/

Como antevisão do concerto, aqui um vídeo da colaboração entre Dandara Modesto e Edwin Correia, live @ Kitchen Session: https://www.youtube.com/watch?v=YPuJMtD5QEo

Admissão: 19:00 horas, Início: 19:30 horas

Bilhetes: 13€+VVK-Gebühr (aqui) / 15€ (Abendkasse)

Local: Import Export
Schwere-Reiter-Str. 2h, 80636 Munique
Elétrico 12/17/21/22, Autocarro 53 Leonrodplatz

Um evento de Lusofonia e.V. em cooperação com Deutsch-Brasilianischer Kulturverein

Esta é a madrugada que eu esperava – 50 anos após a Revolução Portuguesa

28 de abril a 3 de maio 2024

Na madrugada de 24 para 25 de abril de 1974, jovens capitães derrubaram o governo português e o país viveu uma revolução. A liberdade era ansiada pelo povo, o que se refletia também nas artes. Atualmente, em toda a Europa, a democracia está ameaçada, o que justifica muito oportunamente olhar para os acontecimentos libertadores dessa época. Comemoramo-los a partir de perspetivas artísticas e outras e celebramos as suas conquistas democráticas.

Às 00:20 do dia 25 de abril de 1974, a canção “Grândola, vila morena”, de José Afonso, soou na rádio. Era a senha combinada pelos oficiais que se tinham juntado no Movimento das Forças Armadas (MFA) para invadir Lisboa e ocupar ministérios, estações de rádio e a televisão e, mais tarde, o aeroporto e a sede dos serviços secretos da PIDE.

A tão esperada Revolução dos Cravos mudou Portugal, os portugueses tornaram a ver uma perspetiva: a cruel guerra colonial que se arrastava há mais de dez anos em várias frentes terminou e os países conquistaram a sua independência. Portugal saiu do seu isolamento. Hoje, Portugal é um parceiro fiável da União Europeia. Porém, como em toda a Europa, a democracia está ameaçada também em Portugal, onde as forças da extrema-direita põem em causa as conquistas democráticas da revolução de 1974.

Por isso, parece-nos muitíssimo apropriado olhar para os acontecimentos libertadores dessa época. Recordamo-los a partir de perspetivas artísticas e outras e celebramos as suas conquistas democráticas.

Programação:

Domingo, 28 de abril, 18 hrs, foyer
Inauguração da exposição fotográfica (até 3 de maio de 2024): Os murais através dos tempos: 1977, 1997 e hoje
Ao mostrar fotografias de murais, pretendemos lançar luz sobre a revolução e o seu legado. As fotografias de 1977, 1997 e 2024 permitem uma abordagem colorida da história pois dão uma expressão artística ao debate político e à diversidade de opiniões ao longo do tempo. Apresentação com os fotógrafos Hartmut Heller e Bernhard Inderst.
Entrada livre

Hartmut Heller nasceu em Sonthofen/Allgäu e estudou em Munique. É sociólogo e fotógrafo de sombras. Muitos anos atou também na Associação de Inquilinos de Munique. Teve várias exposições fotográficas sobre a Grécias e Portugal, entre outros temas.  

Quinta-feira, 2 de maio, 17 hrs, salão
Sessão de cinema: Capitães de abril (123 min., original, legendado em inglês)
Esta longa-metragem do ano 2000, realizada por Maria de Medeiros, baseia-se no golpe militar que teve lugar em Portugal na noite de 24 para 25 de abril de 1974. Por volta das três da manhã tropas revoltosas ocupam os quartéis e marcham em direção a Lisboa. O filme, uma homenagem aos jovens capitães que libertaram a pátria duma ditadura, retrata de forma sensível e emotiva o dia que viria a mudar um país inteiro e a inaugurar uma nova era.
Entrada livre

Quinta-feira, 2 de maio, 19:30 hrs, salão
Poesia&Música
Foi com a voz do cantor e poeta Zeca Afonso que a revolução começou na madrugada de 25 de abril de 1974. Uma revolução que é antecipada, refletida e recordada nas palavras de poetas. Vamos ler poemas que falam do obscurantismo da ditadura, do entusiasmo revolucionário e dos sonhos e visões que daí nasceram: entre outros haverá poemas de Alexandre O’Neill, Sophia de Mello Breyner e Manuel Alegre. Acompanhado de arranjos para guitarra sobre temas de Zeca Afonso, Paulo de Carvalho e outros.
Leitura bilingue: Luísa Costa Hölzl e Wanda Jakob
À guitarra: João Pedro Marques
Entrada: 8€ (bilheteira)

João Pedro Lopes Marques, nascido em Vila do Conde em 2004, recebeu a sua formação em guitarra clássica em Portugal. Desde 2022 estuda na Universidade de Música e Teatro de Munique, sob a orientação de Franz Halász. Já tocou a solo e em grupos de música de câmara em vários locais, incluindo a Casa da Música do Porto. Mais recentemente fez arranjos baseados nas canções simbólicas da Revolução dos Cravos, que interpretará com a virtuosidade que lhe é inerente. 

Sexta-feira, 3 de maio, 19:30 hrs, salão
Palestra e debate com a Prof. Dr.ª Teresa Pinheiro (Universidade de Chemnitz): A Revolução dos Cravos, suas consequências e novas formas de memória
Formada em germânicas, estudos culturais e antropologia, a cientista portuguesa leva-nos numa animada viagem de 50 anos desde a Revolução dos Cravos até hoje. Em diálogo com o público, explora as memórias verdadeiras e as menos verdadeiras, compara-as com factos e números e fornece informações valiosas sobre a atual tendência para a direita em Portugal (em língua alemã).
Moderação: Dr.ª Rosário Costa-Schott
Acompanhamento musical à guitarra: João Pedro Marques
Entrada: 8€ (bilheteira)

Teresa Paula Pinheiro nasceu em Lisboa em 1972, formou-se em filologias germânicas e românicas em Lisboa e Colónia e concluiu o doutoramento em antropologia cultural na Universidade de Paderborn em 2002. Depois de ser professora júnior na Universidade Técnica de Chemnitz, assumiu em 2011 a cátedra na área de Transformações Culturais e Sociais no Instituto de Estudos Europeus da Universidade Técnica de Chemnitz. O seu currículo abrange docência como visitante, estadias de investigação e uma lista considerável de publicações, incluindo a temática da identidade europeia de países periféricos como Portugal ou Espanha e o fim do colonialismo português, sendo pois a especialista mais indicada para focar o legado da Revolução de 1974.

Local: EineWeltHaus, foyer e salão
Schwanthalerstr. 80, 80336 Munique

Os eventos são uma cooperação entre Lusofonia e.V., com a organização de apoio EineWeltHaus München e.V., e Migration macht Gesellschaft e.V., e com o gentil apoio do Departamento Cultural da Cidade de Munique